O Secretário-geral do Ministério do Ambiente e Biodiversidade, Lourenço Vaz exaltou hoje a importância dos mangroves para a Guiné-Bissau e a sub-região em geral, considerando de “extremamente valiosa” a sua utilidade.
Vaz falava em representação do ministro do Ambiente e da Biodiversidade, na abertura do ateliê de intercâmbio de experiência sobre a restauração dos mangais nos 9 países membros do Projeto de Gestão de Florestas de Mangais do Senegal ao Benin (PAPBIO).
Na ocasião afirmou que o maciço florestal do mangal de Cacheu é o mais importante na sub-região africana.
“Desde sempre as autoridades guineenses deram importância ao Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu, não só pela riqueza natural que representa, mas também por ser um grande polo de produção do camarão e ainda pela importância de sua gestão para suster o avanço do mar em direção ao continente”, salientou.
Segundo o representante do Projeto PAPBIO na Guiné-Bissau, Joãozinho Sá o ateliê que agrupa os representantes dos 8 países membros da organização visa instituir intercâmbios de experiências nos domínios de conservação e reparação de mangais.
No âmbito do ateliê, de acordo com Joãozinho Sá, os participantes visitaram entre sábado e segunda-feira, o Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu.
Sá disse estar satisfeito com a estada na Guiné-Bissau por permitir trocas de experiências em matéria de preservação de mangais.
O Projeto PAPBIO, foi lançado em fevereiro de 2020, financiado pela União Europeia, visa a promoção de um desenvolvimento econômico endógeno, sustentável e inclusivo em resposta aos desafios das alterações climáticas.
A GUINÉ-BISSAU JÁ SE ENCONTRA NO “NÍVEL MÁXIMO” DE DEGRADAÇÃO DE MANGAIS
O representante do Projeto Gestão de Florestas de Mangais do Senegal ao Benin (PAPBIO) no país, Joãozinho Sá, disse hoje que a Guiné-Bissau se encontra no nível máximo de degradação de mangais.
A degradação de magias é classificada em níveis, mínimo, médio e máximo.
Joãozinho Sá, prestava declarações à imprensa, à margem do ateliê de intercâmbio de experiências sobre a restauração dos mangais, nos nove países membros do projeto.
“Atingimos o nível máximo tendo em conta as práticas de agricultura no solo dos mangais para a sobrevivência, prática essa que exige cortes de mangais para permitir a lavoura”, explicou.
Sá acrescentou que a prática de cortes de mangais para a fumagem de peixes, é outro fator que tem contribuído para a degradação da flora marítima para além da sua morte natural provocada pelas mudanças climáticas.
Outra prática maléfica aos mangroves apontada por Sá é a agricultura nos planaltos (Npampam) nas beiras dos rios.
“Se levarmos em conta todos esses fa
tores, vamos saber que na Guiné-Bissau deparamos com uma degradação muito sério dos mangais”, frisou.
O técnico ambiental referiu, entretanto que as populações costeiras cortam os mangais para a pratica de agricultura para poderem sobreviver, acrescentando que, sendo assim torna-se difícil privá-los do referido hábito.
A título de exemplo, Joãozinho Sá afirmou que hoje a Guiné-Bissau tem muitas bolinhas que não estão a ser cultivadas, mas que os mangais não podem ser replantados porque têm diques que impossibilitam a entrada de água salgada.
Informou que os mangais nascem apenas em terrenos onde passam a água salgada, adiantando que, essa situação fez com que a Guiné-Bissau tenha atualmente muitas bolanhas abandonadas, ou seja muitas zonas desprovidas de mangais.
Joãozinho Sá defende que o Governo deve replantar mangais em terrenos onde antes existiam, para, entre outras utilidades, suster o avanço do mar em direção ao continente.
Fazem parte do PAPBIO, o Benin, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Libéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.