O Ministério do Ambiente e Biodiversidade (MAB) e parceiros lançaram no dia 6 de Agosto de 2020 o Projecto de Reforço da Capacidade de Adaptação e da Resiliência das Comunidades Costeiras da Guiné-Bissau Vulneráveis aos Riscos Climáticos.
O evento foi presidido pelo Director-Geral do Ambiente, Dr. Laurentino Rufino da Cunha e contou com a presença do Director-Geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, Dr. Justino Biai, além de vários outros directores-gerais de instituições parceiras do projecto.
Também participaram no encontro, via Internet, o representante residente adjunto do PNUD, o senhor José Levy, e a representante da FAO, a senhora Yannick Ariane Rasoarimanana,
A organização do evento esteve a cargo da equipa de gestão do projecto chefiada pelo seu coordenador nacional, Engº João Raimundo Lopes.
O projecto tem por objectivo apoiar o país a constituir um quadro institucional e legal que permita uma planificação e gestão integrada da zona costeira, a protecção da costa nas áreas afectadas pela erosão, luta contra a degradação de ecossistemas de mangais e das áreas de produção agrícola afectadas pela severidade climática.
O projecto inclui ainda o reforço dos meios de subsistência das comunidades costeiras vulneráveis aos riscos climáticos, sobretudo mulheres e jovens, através de subvenções financeiras para o investimento em actividades geradoras de rendimento.
O projecto tem duração de 5 anos, e foi financiado no montante total de 12,5 milhões de USD, através de fundos do GEF e PNUD, para ser implementado pelo Ministério do Ambiente e Biodiversidade em parceria com várias instituições públicas, privadas e ONG vocacionadas para área ambiental.
Na sua intervenção, o Director Geral do Ambiente, Dr. Laurentino Cunha disse que a Guiné-Bissau é um país costeiro por excelência onde mais de dois terços do seu território se encontram nas zonas costeiras na qual habita a maioria da sua população.
Segundo o DGA, a materialização deste projecto estimula os intervenientes como comunidades beneficiárias a discutirem as questões da resiliência e riscos que fazem parte do quotidiano das comunidades beneficiarias tais como: as inundações, erosões, variações da temperatura e deslizamento de terra, situações que podem ser pontualmente pequenas mas que gradualmente minam as condições de vida e a sustentabilidade principalmente nas zonas da intervenção.
Laurentino Cunha salientou ainda que é fundamental encarar os riscos climáticos eminentes nas zonas costeiras, porque os eventos extremos podem alcançar os estados de desastres onde ocorre grandes estruturas.
Por esta razão notou ser importante considerar os impactos de uma outra forma fora do evento que são rotineiros, constituindo uma dinâmica de desastres invisíveis que muitas das vezes recebe pouca atenção mais são impactos cumulativos de extensão importante.
O responsável adiantou que durante a concepção do projecto foram seleccionadas três zonas para a sua intervenção: a primeira zona chamada Zona 1 que é o arquipélago Bolama Bijagós, Zona 2 Varela Cacheu e Zona 3 Tombali e Quinará incluindo Mansoa.
Estas zonas foram seleccionadas como áreas de muita vulnerabilidade porque lidam com os riscos e impactos decorrentes das mudanças ambientais devido as suas características em termos da localização geográficas e sociabilidade ambiental, concentração de algumas actividades económicas populacional e competições intensas pelo uso de solo que muitas das vezes gera conflitos de interesse.
O DGA destacou ainda que o projecto é concebido pensando nas comunidades das zonas costeiras em como podem gerir os riscos climáticos e manter os seus bens fase a subida do nível do mar, da erosão, da inundação e da degradação costeira como também do reforço da resiliência climática através de várias opções com destaque para as camadas mais vulneráveis.
Para Laurentino Cunha, com a implementação deste projecto espera-se que as comunidades das zonas costeiras seleccionadas estejam melhor preparadas para enfrentar os riscos e perigos climáticos que afectam as zonas costeiras assim como minimizar os danos dos seus bens activos causados por estes fenómenos. Entre outros resultados o projecto também propõe atingir a reabilitação de cerca de 2000 mil hectares de mangais e 1500 hectares de zonas húmidas.
Por sua vez, o coordenador do projecto, engenheiro Raimundo Lopes disse que o projecto servirá para adopção às mudanças climáticas nas zonas costeiras da Guiné-Bissau.
Também fez relembrar que ao longo dos anos o país vem sofrendo com efeitos nefastas das alterações climáticas.
Disse ser este o tempo de impregnar o perigo associada às mudanças climáticas, o que passa necessariamente em pensar nas melhores estratégias de mitigação desses efeitos.
“Não se pode fugir das alterações climáticas, ela existe e as consequências são evidentes o que temos que fazer é precaver para poder enfrentá-las”, observou Laurentino Cunha.
Disse ainda que este projecto é o resultado de uma planificação depois de vários estudos realizados onde se constatou que a Guiné-Bissau é um dos países mais vulneráveis no mundo no qual foi recomendado tomar iniciativas sob forma de projectos/programas e politicas para tentar mitigar estes efeitos.
O acto de enceramento foi presidido pelo Director do Instituto da Biodiversidade e das áreas protegidas Dr. Justino Biai, que na sua intervenção disse estar satisfeito com a participação de todos os actores envolvidos nesse processo de luta para mitigação da problemática ambiental que afecta todos nós.
Justino Biai espera que o projecto ajude na resolução dos problemas ambientais que o país vem enfrentando ao longo dos anos.
O projecto foi financiado pelo Fundo Global do Ambiente (GEF) com apoio técnico de PNUD e será implementado pela Direcção Geral do Ambiente através do Ministério do Ambiente e Biodiversidade e vários parceiros público e privado que intervém no domínio do ambiental.