As zonas húmidas de Bissau estão sendo invadidas de práticas nocivas ao ambiente, com as construções de habitações, fabricas, armazéns e bombas de combustíveis que colocam em causa, o lençol freático que permite, o abastecimento de aquíferos para que os seres humanos, animais e as plantas possam respirar ar puro e ter água de qualidade.
Numa visita efetuada hoje (24) às zonas húmidas de “Cupul, Safim, arredores do Aeroporto, Estrada de Volta, Estrada de Bolola, Estrada de Sacor e Cuntum Madina”, os Inspetores do Ambiente constataram construções anárquicas nessas localidades, desobedecendo todo o critério de avaliação de Impacto ambiental.
Como se não bastasse, os inspetores deslocaram-se à “Estrada de Volta de Bissau”, onde encontraram a “terraplenagem na zona húmida pertencente ex-Presidente da República, José Mário Vaz que viola completamente, o ambiente local, destruindo o ecossistema marinho provocando emigração de espécies de aves e exterminação do mangal em detrimento dos seus benefícios. Situação que, outra hora, ele mesmo saiu em defesa e proteção do ambiente, enquanto Chefe de Estado com as promulgações de decretos-leis sobre o “Regulamento da Inspeção-Geral do Ambiente, Fundo do Ambiente” e outros. Agora, ele faz o contrário.
Outra situação caótica também encontrada em Safim/Ensalma, mais precisamente, na fábrica de aguardente “Noba Sabi”, se regista uma grande quantidade de resíduos líquidos perigosos da referida fábrica despejados nas bolanhas provocando perigo ao ecossistema marinha. Ainda, se regista proliferação de bombas de combustíveis em péssimas condições e sem avaliação de impacto ambiental. Fato que causa “morte lenta” aos guineenses. Conforme disse Per Infali Cassamá técnico do Centro de Resíduos e Produtos Químicos do Ministério do Ambiente e Biodiversidade.
De acordo ainda com Per Cassamá, os guineenses estão sob “contaminação aguda e crónica”, por inalação de derivados de combustíveis que provocam câncer de pele, tuberculose e outras doenças letais.
Já em “Cupul”, foi constatada má prática de extração de área na bolanha provocando erosão e inundação com correntes de águas que desaguam às residências dos moradores da zona circundante, destruindo casas. Como disse, o inspetor do ambiente, Ismael Gomes Sane.
O inspetor Ismael disse ainda que, a população não colabora em nada, fazem construções nas bolanhas mesmo que haja presença de polícia para impedir, a construção.
Para o inspetor Fred Fernando Cabi, a Guiné-Bissau está a caminhar-se imprudentemente, às alterações climáticas, com as altas temperaturas, ventos fortes e inundações impedindo a prática de cultivo, pela negligência de empreendedores nas zonas húmidas. Exortando ao Ministério Público para acusar e conduzir ao julgamento, todos os processos sobre as violações do ambiente.
De sublinhar que, a Guiné-Bissau ratificou e é parte integrante da “Convenção de Ransar” que proíbe a construção e a destruição nas zonas húmidas, tidas como locais de repousos de aves emigratórias, lugar onde reproduzem os peixes, tarrafes, caranguejos, ostras, caracóis e outros.
Bom, é preciso aplicar a lei, para punir rigorosamente, os destruidores da natureza. Se não, um dia, nós mesmos, seremos vítimas das práticas nocivas.