Em resposta à denúncia de moradores da localidade de Safim, 7 kms de Bissau, que contestam a forma descontrolada como o lixo é depositado no vazadouro local, o Gabinete de Informação, Documentação e Educação Ambiental (GIDEA) falou com o Inspetor-Geral do Ambiente, Dr. Guilherme da Costa.
Na sua explanação, Guilherme da Costa disse que o vazadouro de Antula não podia continuar a funcionar de forma como estava visto que aquele sítio transformou-se no foco de transmissão das doenças respiratórias para a população e moradores da redondeza.
De acordo com o Inspetor-Geral do Ambiente, a zona era invadida por fumos derivados de queima de resíduos o que afectava a saúde humana e ambiental.
“Foi nesta base que foram tomadas medidas urgentes para por término a deposição de lixo naquela localidade”, assinalou Guilherme da Costa.
De acordo com o Inspector-geral do Ambiente antes do fecho do vazadouro de Antula foi realizado um estudo prévio de viabilidade do sítio coordenado pela Câmara Municipal de Bissau e Autoridade de Avaliação Ambiental Competente (AAAC).
Desse estudo, foram identificados alguns lugares potenciais para transformar em vazadouro e entre os quais foi escolhido Safim que deverá funcionar provisoriamente até que seja encontrado um novo lugar com melhores condições.
Guilherme da Costa disse ainda que antes do início da deposição de lixo em Safim o Ministério do Ambiente e Biodiversidade, através da Autoridade de Avalização Ambiental Competente (AAAC), orientou os técnicos para realizarem umestudo de impacto ambiental, devido à característica ambiental que a zona representa.
Esse estudo, contudo, não aconteceu devido à pressão dos populares e moradores do antigo vazadouro. E tende em conta a urgência do trabalho, foi escolhido Safim para servir de vazadouro provisório.
O Inspetor-Geral do Ambiente informou ainda que todos os atores envolvidos no processo foram unânimes em acordar que a lixeira provisória de Safim deve funcionar de uma maneira controlada, o que, pelos vistos, não está sendo verificado na prática.
Durante a visita técnica efetuada no dia 20 de Julho de 2020 constatou-se que os resíduos encontravam-se espalhados de forma desorganizada à céu aberto e sem respeitar os critérios de deposição selectiva do lixo.
Guilherme da Costa explicou ainda que quando se faz a deposição do lixo num determinado sítio é preciso levar em consideração a impermeabilidade do solo, isto é, saber se existe materiais impermeáveis que devem ser colocados no chão antes da depositação do lixo que não é o que não é o caso que se verificou no referido local.
“Durante a visita técnica ao qual acompanhei, constatei fluxos de descargas desorganizadas de camiões que transportava o lixo para o vazadouro sem nenhum tipo de orientação técnica.
Em jeito de conclusa, o Inspector-Geral do Ambiente disse que o lixo é responsável por graves problemas ambientais no mundo e que o seu volume é excessivo e vem aumentando progressivamente, principalmente nos grandes centros urbanos, atingindo quantidade impressionante.
“O lixo como os demais problemas ambientais tornou-se uma questão que excede a capacidade dos órgãos governamentais, por isso há uma necessidade de participação da sociedade para a sua solução que será é a implantação da colecta seletiva”, preconizou Guilherme da Costa.